Concordância Verbal e Nominal: aprenda tudo aqui!

A habilidade de escrever corretamente é uma ferramenta poderosa em qualquer contexto comunicativo. Seja em ambientes acadêmicos, profissionais ou até mesmo em interações do cotidiano, uma escrita clara e correta abre portas e estabelece a credibilidade do escritor. Um dos pilares para alcançar essa clareza e correção é o domínio da concordância verbal e nominal, elementos essenciais da gramática da língua portuguesa. Este artigo é o seu guia definitivo para compreender e aplicar corretamente as regras de concordância, tornando seus textos não apenas corretos, mas também fluentes e atraentes.

As regras de concordância não são apenas um conjunto de normas rígidas; elas refletem a lógica e a harmonia na estrutura da frase. Compreender essa lógica e harmonia é crucial para quem deseja não apenas seguir regras gramaticais, mas também para quem busca expressar-se com precisão e elegância. O desafio pode parecer complexo, mas desvendando cada conceito e regra, verá que a concordância verbal e nominal é um caminho lógico e até intuitivo.

Introdução à Concordância Verbal e Nominal: A Base para Escrever Corretamente

A concordância verbal ocorre quando o verbo em uma frase está em harmonia com o seu sujeito, tanto em número (singular ou plural) quanto em pessoa (primeira, segunda ou terceira). A concordância nominal, por sua vez, acontece quando há compatibilidade de gênero (masculino ou feminino) e número entre substantivos, artigos, adjetivos e pronomes que estão relacionados entre si dentro de um contexto frasal. Esta sintonia entre as palavras é essencial para a fluidez e a clareza do texto.

Regras Fundamentais da Concordância Verbal: Como os Verbos se Ajustam ao Sujeito

O Princípio Básico

Um dos princípios mais básicos da concordância verbal é o ajuste do verbo ao número e pessoa do sujeito. Se o sujeito é singular, o verbo deve estar no singular. Se o sujeito é plural, o verbo deve estar no plural. Embora esta regra pareça simples, vários casos especiais podem surgir e causar confusão. Vamos explorá-los detalhadamente.

Casos de Sujeito Simples

Em situações onde o sujeito é simples, ou seja, formado por um único núcleo, a aplicação da regra é direta: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Por exemplo:

  • O menino brinca no parque. (Sujeito singular)
  • Os meninos brincam no parque. (Sujeito plural)

Casos de Verbos Impessoais

Existem verbos que não possuem sujeito, os chamados verbos impessoais. O principal exemplo é o verbo ‘haver’ no sentido de existir ou acontecer, que permanece sempre na terceira pessoa do singular: Há pessoas aqui. Outro caso é o verbo ‘fazer’, indicando tempo decorrido: Faz cinco anos que não o vejo.

Dominando a Concordância no Plural: Casos e Exceções

Regra Geral

A regra geral para a concordância verbal no plural é direta: verbos devem ir para o plural quando seu sujeito está no plural. No entanto, o português está repleto de exceções e casos particulares que merecem atenção.

Palavras de Mesmo Significado

Quando dois ou mais núcleos do sujeito são sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ir para o singular ou plural, mas o uso do singular é recomendado para evitar redundância. Exemplo: Carinho e afeto é fundamental em qualquer relacionamento.

Frase com Mais de um Núcleo

Numa frase com mais de um núcleo sujeito, o verbo geralmente vai para o plural. Existem exceções, como quando os núcleos estão ligados por ‘ou’ no sentido de exclusão: Ou o diretor ou o vice irá assinar o documento.

Com a familiaridade dessas regras e a prática constante, será possível escrever com cada vez mais qualidade e precisão, respeitando a harmonia entre as palavras que é a essência da boa escrita. Este é apenas o começo do nosso mergulho na concordância verbal e nominal. Nas próximas seções, continuaremos a explorar este tópico fascinante e vital para a escrita eficaz em português.

A Concordância com Sujeitos Compostos: Entendendo a Lógica por Trás da Estrutura

A concordância verbal com sujeitos compostos é um dos temas que mais gera dúvidas na língua portuguesa. A regra geral é simples: o verbo deve concordar em número (singular ou plural) com o sujeito composto. Entretanto, há sutilezas que devemos atentar para evitar erros.

Verbo entre os Núcleos do Sujeito

Quando o verbo se encontra entre os núcleos do sujeito composto, ele irá para o plural, indicando a ideia de soma ou conjunto. Por exemplo: A honestidade e a bondade são virtudes admiráveis.

Verbo após os Núcleos do Sujeito

Se o verbo vier após os núcleos do sujeito composto, a concordância no plural continua sendo a opção mais adequada. Contudo, se os núcleos estiverem no singular e próximos um do outro, o uso do verbo no singular não é considerado erro. Exemplo: O amor, a compaixão e a esperança sustenta (ou sustentam) o espírito humano.

Sujeito Composto por Sinônimos ou Palavras de Sentido Semelhante

Quando os núcleos do sujeito composto são sinônimos ou muito próximos em significado, o verbo pode permanecer no singular, reforçando a unidade de sentido: Angústia e aflição preenche os corações dos inseguros.

Verbo “Ser”: Um Caso Especial na Concordância Verbal

O verbo “ser” possui regras especiais de concordância, se comportando de maneira diferente dependendo do contexto em que é empregado.

Concordância com o Sujeito

De modo geral, o verbo “ser” concorda com o sujeito da oração: Os vencedores são eles.

Concordância com o Predicativo

Há situações em que o verbo “ser” concorda com o predicativo do sujeito, especialmente quando se refere a horas, datas ou quantias: São dez horas. É 21 de abril. Foram vendidos dois mil ingressos.

Frases com Sujeito Coletivo

Quando o sujeito é um coletivo e o predicativo está no plural, o verbo “ser” pode concordar tanto com o coletivo (singular) quanto com o predicativo (plural): A maioria dos candidatos é/são qualificados.

Concordância Nominal: O Acordo entre Substantivos, Artigos, Adjetivos e Pronomes

A concordância nominal envolve a adequação de gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural) entre os substantivos e as palavras que a eles se relacionam, como artigos, adjetivos e pronomes.

Palavras Modificadoras e o Substantivo

Adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem sempre concordar em gênero e número com o substantivo a que se referem. Exemplos: Boas ideias. Os amigos sinceros. Algumas questões.

Adjetivos e Mais de um Substantivo

Quando um adjetivo se refere a mais de um substantivo, é necessário concordar com o mais próximo ou ir para o plural, frequentemente concordando com o gênero masculino, caso haja mistura: Pulseira e colar prateados; Blusa e saia bonita ou bonitas.

Adjetivos Antepostos a Substantivos

Quando o adjetivo vem antes de dois ou mais substantivos, ele geralmente vai para o masculino plural, indicando a ideia de conjunto: Grandes poeta e escritor.

Estes são aspectos fundamentais da concordância verbal e nominal, que garantem a harmonia e a correção na construção de frases. Enquanto a concordância verbal se relaciona diretamente ao núcleo do sujeito da oração, a concordância nominal está ligada aos elementos que acompanham o substantivo, estabelecendo uma relação de acordo e sentido.

Palavras Atrativas na Concordância Nominal: Prioridades e Hierarquia

A concordância nominal pode ser influenciada por palavras consideradas “atrativas”, que direcionam a forma como outros termos da frase devem concordar em gênero e número. Entender as hierarquias de atração é crucial para que seu texto seja não apenas gramaticalmente correto, mas também claro e elegante.

Adjetivos e suas Atrações

Quando um adjetivo se refere a mais de um substantivo, ele geralmente concorda com o substantivo mais próximo. Por exemplo: Comprei uma blusa e sapatos azuis. Aqui, “azuis” refere-se diretamente a “sapatos”, ficando no masculino plural, mas subentende-se que a blusa também o seja.

Prioridades de Concordância

Existem certas prioridades que devem ser observadas na concordância nominal. Por exemplo, palavras que indicam quantidade ou intensidade (muito, pouco, bastante) têm a tendência de atrair o adjetivo para o plural: Havia muitos homens e mulher cansados. A palavra “muitos” atrai o adjetivo “cansados” para o plural, mesmo que “mulher” esteja no singular.

Expressões Partitivas e Quantitativas: Como Manejar a Concordância

Expressões que indicam parte de um todo ou quantidade, as chamadas partitivas e quantitativas, apresentam desafios específicos na concordância nominal. A regra geral é que o adjetivo, o artigo ou o pronome concorde com o substantivo ao qual essas expressões se referem.

Por exemplo, em frases como “Dois terços dos alunos estavam presentes”, o verbo “estavam” concorda com “alunos”, que está no plural. Mas se substituirmos “alunos” por uma expressão no singular, como “Dois terços da classe”, o verbo passaria para o singular: “Dois terços da classe estava presente”.

Maioria, Minoria e Afins

Quando usamos termos como “maioria”, “minoria”, “metade”, entre outros, o verbo pode concordar tanto com esses termos quanto com a palavra a que eles se referem: “A maioria dos estudantes foi” ou “A maioria dos estudantes foram”. A concordância depende do foco que o escritor deseja dar à frase.

O Uso Correto da Concordância em Situações Especiais: Nomes Próprios, Títulos, Pronomes de Tratamento e Termos Estrangeiros

A concordância verbal e nominal em situações especiais requer atenção redobrada. Aspectos culturais e exceções gramaticais se fazem presentes e precisam ser meticulosamente considerados para evitar deslizes linguísticos.

Nomes Próprios e Títulos de Obras

Em nomes próprios e títulos de obras, a concordância deve ser feita com o que se subentende, em geral, no singular: “Os Estados Unidos é uma potência mundial” ou “Guerra e Paz é um clássico literário”.

Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento, embora se refiram a uma única pessoa, levam o verbo para a terceira pessoa do plural: “Vossa Excelência conhece seus direitos” ou “Sua Senhoria foram informados”.

Termos Estrangeiros

Quanto aos termos estrangeiros, a concordância se dará de acordo com a adaptação do termo à língua portuguesa: “Os rapazes usavam jeans rasgados” (onde “jeans” já foi aportuguesado e é tratado como plural), mas “O show teve vários covers de músicas famosas” (aqui, “covers” permanece invariável).

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